terça-feira, fevereiro 28, 2012

Prova


Quinta do Alqueve Touriga Nacional (t) 2001

A cor denota a evolução natural para os dez anos que leva. Nariz com fruta parcial e alguns aromas terciários já em evidência com predomínio para notas terrosas e outras a couro. Nada que nos perturbe a prova. Alguma frescura também, o que nos agrada. Boca acetinada, com garra, faltando apenas maior intensidade e um final mais longo.

Com uma ou outra excepção, temos gostado muito dos vários vinhos Touriga Nacional deste produtor do Tejo. Este, apesar da evolução, não foge a essa regra, ainda que os vinhos mais recentes levem algum avanço (decorrente, porventura, da própria idade da vinha).

16,5

sábado, fevereiro 25, 2012

Do antigamente (ou nem tanto)

Quinta dos Cozinheiros Poeirinho (t) 1998

Continua em forma este tinto. Fresco, leve, fino de boca e elegante, mas nem por isso menos complexo ou assertivo. Um bom exemplar da casta Baga num dos terroirs portugueses de maior influência atlântica. Um vinho a que podemos regressar sempre, o que só por si já é uma homenagem ao seu criador.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Curiosidade


A imagem do vinho produzido a partir de uma só casta é tão importante nos países denominados de «Novo Mundo» que, no Chile por exemplo, até aqueles vendidos em pacote nos supermercados contêm a indicação da casta.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Do antigamente (ou nem tanto)


Porta dos Cavaleiros (t) 1997

Um verdadeiro clássico português (um daqueles que mais se pode orgulhar de ser clássico nos vários significados da palavra), e um vinho sobre o qual não se compreende bem o afastamento do público. Se está bom? Claro que está! Pleno de vida, frescura e suavidade. Quer-se mais? Talvez, hoje procura-se o resto, mas esse resto muitas vezes é apenas componente pirotécnica. Este é daqueles tintos que não foge ao estilo directo, seco e gastronómico que tanto prezamos. Não é um vinhão. É vinho.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Vinhos do Vallado


No final do século passado, o início da nova vida da Quinta do Vallado aos comandos de Francisco Ferreira e João Alvares Ribeiro (6.ª geração da família Ferreira) era muito promissor. Os primeiros vinhos tintos do Vallado, em meados da década de ’90, prometiam alterar o paradigma do Douro acompanhando, e liderando mesmo, uma «nova vaga» de vinhos durienses que se pretendiam mais modernos. E assim veio a acontecer, sempre com a enologia de Francisco Olazabal.
Um pouco mais tarde, já com a entrada do novo milénio, tintos como os reserva de 1999 e de 2000 colocariam o nome da Quinta do Vallado no top dos produtores daquela região que mais emergia em Portugal. Prova disso é que o tinto Quinta do Vallado Reserva tinha-se tornado uma referência incontornável ao lado de vinhos como Pintas ou Qta. do Vale Meão.
Depois, foi a vez da plataforma Douroboys tomar lugar, impulsionando a marca Vallado a atravessar fronteiras e descobrir novos públicos. Uma vez agregada com outras magníficas referências durienses, o Quinta do Vallado viu, porém, alguma da sua preponderância perder-se. Veja-se, que nas quentes colheitas de 2003 e 2005, e apesar dos bons vinhos que foi capaz de colocar no mercado, tratavam-se de néctares que, em comparação com os topos do Vale D. Maria ou da Qta. do Crasto , apareciam como sendo mais rústicos e menos sofisticados. Nada que tenha feito «mossa», antes consagrando uma distinção.
Finalmente, com a alteração do lote do reserva para a colheita de 2007, e com o crescente sucesso da monocasta Touriga Nacional, um novo ciclo se iniciou. Desde de então, muitos foram os prémios e distinções - sobretudo no estrangeiro -, inclusivamente para o projecto de turismo. Veio uma nova adega e sala de barricas, e os tintos do Vallado não têm parado de impressionar, inclusivamente o Porto vintage '09 recentemente lançado e que revela uma qualidade (para muitos) inesperada.
Mas, de nós para nós, a grande revolução do Vallado é uma outra, silenciosa e menos evidente, enfim discreta como Francisco Ferreira o é: são os seus brancos, cada vez mais frescos e mais minerais. Onde antes brilhava quase exclusivamente o moscatel galego, na sua natural vertente festiva, agora os trunfos surgem na pele do branco colheita (a preço sem igual) e do branco reserva. Este último, em especial nas últimas duas colheitas, é um vinho muito sério, um belíssimo branco.
Em pouco mais de década e meia, a Quinta do Vallado passou a possuir um invejável e versátil portefólio de vinhos (de branco ao vintages), é um dos maiores sucessos lusos em mercados difíceis como a China ou a Áustralia, e os seus vinhos (que o digam os monocastas) estão quase sempre esgotados, o que se deve em muito às pontuações excelentes que têm recebido um pouco por todas as mais relevantes revistas de vinhos com perfil internacional. Por tudo isso, e sobretudo pelos vinhos, parabéns.