terça-feira, julho 22, 2014

Prova

Solstício. 2 Barricas (t) 2010

Diga-se desde já que conhecemos bem o homem por detrás deste vinho - isto é uma declaração de interesses (apesar de todo o critico que escreve há alguns anos conhecer, quase sempre, quem faz o vinho que prova). Mas neste caso, é sério: colaboro numa revista com o produtor deste vinho. Isso faz da nossa prova uma opinião tendenciosa? Julgamos que não, tanto que é a primeira vez que escrevemos sobre este vinho.

E é pena que dele não se escreva mais: é que é de uma delicadeza tal que o torna num dos mais estimáveis tintos nacionais (a versão branca também é muito interessante). Quando nos ofereceu a garrafa, o nosso amigo produtor disse-nos que este lote provinha de 2 barricas que destoavam do resto do lote por algum carácter rústico. Em rigor, foram como que desqualificadas e engarrafadas à parte, pelo que percebemos. Sucede que não notamos a componente rústica, pelo menos na nota aromática lá não está! Ao invés, tudo perfeito, com fruta muito bonita, perfumadíssimo, complexidade alta, e um final de boca elegante e nada seco. Nem imaginamos as outras barricas, ui ui... 

sexta-feira, maio 09, 2014

Prova


Herdade das Servas Res. Syrah Touriga Nac. (t) 2009


Esta gama Reserva está uns bons furos acima das gamas de entrada deste produtor sito bem próximo de Estremoz. Dos 3 vinhos reserva provados, um Alfrocheio, outro Petit Verdot, foi o Syrah com Touriga que gostámos mais. Sensual, quente, mas com textura e bom porte no copo. Prove-se com cuidado para a temperatura de consumo não subir acima dos 17º e acompanhe carne temperada. Foi o fizémos.


domingo, maio 04, 2014

Prova


Quinta dos Castelares (b) 2012


Cada vez mais o Douro Superior coloca melhores vinhos brancos no mercado. Secos, e com boas acidezes graças à altitude (por vezes acima dos 500m) das vinhas. Este, ainda por cima, é bom e barato! Clarinho no copo, felizmente sem exuberâncias florais, tentativamente mineral. Austero e sério. Ainda bem!


sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Prova

Absurdo alentejano (b) 2012


O nome tanto se estranha como cativa. Por detrás do vinho está um enólogo madeirense - Ricardo Clode Botelheiro - e sua mulher, e um casal seu amigo. O vinho é assente na casta Roupeiro, muito difundida no Alentejo e hoje pouco valorizada. Mas a verdade é que o vinho é diferente da maior parte dos brancos alentejanos (mesmo daqueles com Roupeiro...), é mesmo um vinho peculiar e interessante. Na leveza, na definição da fruta, na pureza... 

Um vinho que não se impõe mas que conquista, que termina como começa, de forma subtil. Muito, mas mesmo muito, promissor. Venham mais absurdos, que os há...

terça-feira, janeiro 28, 2014

Prova

Quinta dos Avidagos Grande Reserva (t) 2008


Blend de Touriga Nacional e vinha velha. Um vinho grande, como aliás sugere o classificativo 'Grande Reserva', sendo a própria garrafa enorme e pesada. Já leva quase 4 anos em garrafa mas ainda se revela preto na cor, muito jovem. Corpo largo, quase colossal, evolução lenta portanto. Dispõe de fruta preta (obviamente madura), em camadas, num conjunto tudo polido também pelo álcool que é elevado.

Temos, sem dúvida, aqui um vinho que é capaz de despertar paixões, pois é particularmente intenso e isso agradará ao público que procura emoções fortes. Por ser ligeiramente doce não é tão gastronómico quanto poderia ser (mais a mais para 2008), mas a verdade é que é um bom representante dos tintos potentes e modernos do Douro, e que ainda durará, por certo, uns bons anos em garrafa.

terça-feira, janeiro 14, 2014

Prova

Vale da Mata Reserva (t) 2009

Muito interessante este tinto ambicioso de uma região - Serra de Aire - pouco habituada a ambições vinícolas. Um vinho que procura equilíbro entre uma (necessária) visão moderna e uma estrutura clássica. As castas - Aragonez, Syrah e Touriga Nacional - não são típicas da região, mas a região também nunca foi conhecida pelas castas... A estrutura é dura e seca, fresca até e sem excessos (como nós gostamos), mas existe muito sabor pelo meio, madeira a notar-se, e até uma nota achocolatada no nariz.

Um belo tinto, a dar já boa prova mas a poder descansar na garrafeira por mais 3 a 5 anos com a esperança de que as notas a barrica, integrando-se mais no vinho, permitam uma ainda melhor prova no futuro.